quarta-feira, 2 de junho de 2010


Para os que ainda não sabem, além de produtor musical, sou analista de suporte técnico de internet. Recentemente, estava eu trabalhando para um provedor de internet no suporte corporativo, quando uma senhora ao telefone me questionou sobre o procedimento para efetuar a alteração da razão social da empresa que esta trabalha. No entanto, essa foi a primeira vez que ouvi falar da APCM (Associação Antipirataria de Cinema e Música), falando logo com uma Bam bam bam de lá. Todas as dúvidas sanadas, ao fim do atendimento, eu a questionei sobre o que exatamente faz a APCM e, ela falou a mesma coisa que está escrito em institucional no site > http://www.apcm.org.br/.

Confesso que ao escuta-la eu balancei a cabeça, como um ato de desapontamento, reprovação e senti imensa vontade de questiona-la mais, de abrir meio que um debate sobre o tema, mas devido as circunstâncias isso não era possível naquele momento. Então, fui pesquisar na internet. Numa breve pesquisa no google vi vários, mas vários sites com textos criticando as ações da APCM, não fiquei impressionado, pois ao ouvir o discurso decorado daquela senhora que representava a já citada APCM, já esperava tais manifestações.

Um desses links é do site legendas.tv http://faqlegendastv.wordpress.com/apcm/, após lê-lo, resolvi me manifestar também. Bem, segue abaixo o email que enviei à eles. Sei que não é o melhor texto e que, talvez nem surta efeitos, mas exerci a liberdade de expressão e de certa forma estou contribuindo com mais um fragmento na internet que num coletivo pressiona esses grandes a pensar e repensar mais abertamente sobre as questões abaixo abrangidas.

Email abaixo (enviado em 02/06/2010)

Olá, sou Ricardo Batis, produtor musical, formado pela anhembi morumbi. Bem, analisando a indústria fonográfica, a forma como a internet cresceu e nosso contexto atual, percebi que a maneira como vocês estão trabalhando acaba por ser uma utopia. Utopia porque vocês estão tentando combater, apenas combater a pirataria, não estão trazendo nenhuma solução, não estão repensando o mercado com todas as tecnologias hoje desenvolvidas e envolvidas. Se olharmos a história da indústria fonográfica, sempre teve mudanças de paradigmas com o surgimento de novas plataformas, como o rádio, o cinema, a televisão etc. Agora a internet. Meus caros, combater a pirataria física é um caso, combater os downloads é ouro caso. Precisam que entendam, de fato, a indústria fonográfica conversem em conjunto com os provedores, produtores e todos envolvidos nesta cadeia produtiva. Combater os downloads é uma utopia. É a APCM contra bilhões de pessoas. Isso é uma rede que se multiplica a cada segundo. Seria como nós seres humanos tentássemos combater a força da natureza, não há como! mas se nos adaptarmos à ela, com os devidos cuidados terrestres conviveremos "harmonicamente" juntos.


Meus caros, avisem a seus patrocinadores, que o talento é mais válido que o direito autoral.

O que vocês tem a dizer da cena tecnobrega? Vão lá aprender com os simples como fazer uma indústria fonográfica consistente...

Abs.

Atenciosamente

Ricardo Batis

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